Brincar com sons
Juntar letras
Formar palavras
Descobrir a sonoridade e o nome de tudo
Que está no mundo
nas coisas
no pensamento.

Ler é tão bom!

Poder viajar
Conhecer mundos de ontem
de hoje
de amanhã.
Imaginar.
Criar.
Sonhar.
A leitura permite isso e muito mais
Pois ler é tão bom!

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Clarice Lispector

 
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.

Clarice Lispector
Sonhe com o que você quiser. Vá para onde você queira ir.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida
e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades
para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E
esperança suficiente para fazê-la feliz.

 http://pensador.uol.com.br/autor/clarice_lispector/7/


Sites sobre Clarice Lispector









FELICIDADE CLANDESTINA, por Aracy Balabanian


sábado, 18 de janeiro de 2014

Receita de ano novo / Carlos Drummond de Andrade

... para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser...

Receita de ano novo

Carlos Drummond de Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.


http://noticias.universia.com.br/destaque/especial/2011/10/31/883898/1/20-poemas-carlos-drummond-andrade/poemas-de-carlos-drummond-de-andrade---receita-de-ano-novo.html
Carlos Drummond de Andrade

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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Tem tudo a ver / Elias José


— é só abrir os olhos e ver —


Tem tudo a ver
Elias José

A poesia
tem tudo a ver
com tua dor e alegrias,
com as cores, as formas, os cheiros,
os sabores e a música
do mundo.

A poesia
tem tudo a ver
com o sorriso da criança,
o diálogo dos namorados,
as lágrimas diante da morte,
os olhos pedindo pão.

A poesia
tem tudo a ver
com a plumagem, o vôo e o canto,
a veloz acrobacia dos peixes,
as cores todas do arco-íris,
o ritmo dos rios e cachoeiras,
o brilho da lua, do sol e das estrelas,
a explosão em verde, em flores e frutos.

A poesia
— é só abrir os olhos e ver —
tem tudo a ver
com tudo.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A boneca / Olavo Bilac


Dizia a primeira: "É minha!" 

A Boneca
Olavo Bilac 

Deixando a bola e a peteca, 
Com que inda há pouco brincavam, 
Por causa de uma boneca, 
Duas meninas brigavam.

Dizia a primeira: "É minha!" 
—  "É minha!" a outra gritava; 
E nenhuma se continha, 
Nem a boneca largava.

Quem mais sofria (coitada!) 
Era a boneca. Já tinha 
Toda a roupa estraçalhada, 
E amarrotada a carinha.

Tanto puxaram por ela, 
Que a pobre rasgou-se ao meio, 
Perdendo a estopa amarela 
Que lhe formava o recheio.

E, ao fim de tanta fadiga, 
Voltando à bola e à peteca, 
Ambas, por causa da briga, 
Ficaram sem a boneca ...


Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (* Rio de Janeiro 1865 + Rio de Janeiro 1918 )

Obra de Olavo Bilac:
Poesias (1888 )
Crônicas e novelas (1894)
Crítica e fantasia (1904)
Conferências literárias (1906)
Dicionário de rimas (1913)
Tratado de versificação (1910)
Ironia e piedade, crônicas (1916)
Tarde (1919); Poesia, org. de Alceu Amoroso Lima (1957), e obras didáticas.

Sites sobre Olavo Bilac:




domingo, 12 de janeiro de 2014

Convite / José Paulo Paes

                                                                   Vamos brincar de poesia?


Convite
José Paulo Paes

Poesia 
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.

Só que
bola, papagaio,pião
de tanto brincar
se gastam.

As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.

Como a água do rio
que é água sempre nova.

Como cada dia
que é sempre um novo dia.

Vamos brincar de poesia?




Publicado em 18/07/2012

sábado, 11 de janeiro de 2014

O girassol / Vinicius de Moraes

- Besouro é muito pesado!

O girassol
Vinicius de Moraes

Sempre que o sol
Pinta de anil
Todo o céu
O girassol
Fica um gentil
Carrossel.

O girassol é o carrossel das abelhas.

Pretas e vermelhas
Ali ficam elas
Brincando, fedelhas
Nas pétalas amarelas.

— Vamos brincar de carrossel, pessoal?

— “Roda, roda, carrossel
Roda, roda, rodador
Vai rodando, dando mel
Vai rodando, dando flor.”

— Marimbondo não pode ir que é bicho mau!
— Besouro é muito pesado!
— Borboleta tem que fingir de borboleta na entrada!
— Dona Cigarra fica tocando seu realejo!

— “Roda, roda, carrossel
Gira, gira, girassol
Redondinho como o céu
Marelinho como o sol.”

E o girassol vai girando dia afora...

O girassol é o carrossel das abelhas. 





Sites sobre Vinicius de Moraes: 







quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Bartolomeu Campos de Queirós

Bartomoleu Campos de Queirós fala sobre seu fazer poético, sua infância, família e afetividade.
Emociona e sensibiliza. Sempre.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Se temos de esperar / Cora Coralina

... que seja para colher a semente boa...

Cora Coralina

Se temos de esperar,
que seja para colher a semente boa
que lançamos hoje no solo da vida.
Se for para semear,
então que seja para produzir
milhões de sorrisos,
de solidariedade e amizade.


foto: Natália



Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas
(Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985)
conforme

Obra de Cora Coralina
Estórias da Casa Velha da Ponte (contos)
Poemas dos Becos de Goiás e estórias mais (poesia)
Meninos Verdes (livro)|Meninos Verdes (infantil)
Meu Livro de Cordel
O Tesouro da Casa Velha
A Moeda de Ouro que o Pato Engoliu (infantil)
Vintém de Cobre - Meias confissões de Aninha
As Cocadas (infantil)
Os Falantes
A menina, o cofrinho e a vovó (infantil)

Sites sobre Cora Coralina:





sábado, 4 de janeiro de 2014

Contraste / Dulce A. Siqueira

...Mas com as rosas
Espinhos vem. 

CONTRASTE

Dulce A.Siqueira


As rosas

Tão formosas,
Tão macias,
Com suas pétalas
Veludosas.

- Quem pode saber
O mistério
Que as rosas tem?!

Belas
Macias
Veludosas
Mas com as rosas
Espinhos vêm.

 Do livro NAVE AZUL DO SONHO - Recife, 1965


Dulce A. Siqueira, tia Dulce.
Filha mais velha dos meus avós maternos: João Miranda de Siqueira e Maria Azevedo Siqueira.
Árvore genealógica: tios e tias maternos: Manon (Manoel), Lula (Luiz), Dulce, Beta (Albertina), mamãe (Ivanice),  Ivone, Joãozinho (João) e Nida (Ivanilde).
Alguns poemas estão publicados no site www.usinadeletras.com.br / d / Dulce A. Siqueira

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014


PROJETO on line POESIA quase TODO DIA
Thelma Regina Siqueira Linhares

JUSTIFICATIVA
Querendo dinamizar meus blogs, divulgar fotos autorais e difundir poesias que tão diretamente falam aos sentimentos e emoções, resolvi repaginar um projeto, já com duas edições anteriores, agora em versão on line: PROJETO on line POESIA quase TODO DIA. E, o blog escolhido para tal atividade, é esse 
http://socializandoleituras.blogspot.com.br/, cujo nome fantasia é LER É TÃO BOM.

OBJETIVOS
* dinamizar o blog
* divulgar fotos autorais e
* difundir poesias autorais e de terceiros.

DESENVOLVIMENTO
Quase diariamente, deverá ser publicado neste blog, um poema que, primeiramente, me sensibilizou e que desejo socializar. Quando possível, dados biográficos e/ou bibliográficos do/a autor/a será acrescentado para maior contato com sua obra. Deverá, também, ser acompanhado por foto autoral.

CRONOGRAMA
Início: janeiro/2014
Término: dezembro/2014

AVALIAÇÃO
A repercussão do  PROJETO on line POESIA quase TODO DIA,  através de leituras e, quiçá, comentários.

MATERIAL DE APOIO
Livros de Poesias, Antologias e Coletâneas Poéticas; Encartes de Jornais e Revistas; Pesquisas na Internet, e em sites e blogs literários; e envio de poemas por email. A autoria e fonte serão SEMPRE citadas.


Observações:
PROJETO POESIA TODO DIA
http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8668270219490659940#editor/target=post;postID=4439388312474901533;onPublishedMenu=allposts;onClosedMenu=allposts;postNum=74;src=postname


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

A arte de ser feliz / Cecília Meireles

"Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor."

A ARTE DE SER FELIZ
Cecília Meireles

Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Às vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

http://pensador.uol.com.br/cecilia_meireles_poemas/